UNIGRAN

Geólogo e ambientalista aponta alternativa para fim de "lixões" em Dourados

A Prefeitura tem projeto para criação de mais 5 Ecopontos na cidade (urbanos), 1 em cada distrito e mais 1 em cada aldeia.

Por Antonio Neres em 11/05/2023 às 10:11:24

Um problema que está às margens das rodovias, em terrenos baldios, em ruas sem asfalto e que em muitos casos tem seu capitulo final nas portas do Hospital da Vida ou da UPA, como mostram os números da dengue na cidade. Em Dourados e em muitas cidades os "lixões" são um drama urbano, seja pelo mau cheiro que exalam seja pelo risco à saúde das populações. Em sua maioria são formados por carcaças de pneus, pedaços de móveis, galhos, garrafas de vidro e PET, vasos sanitários, eletrodomésticos sem condição de uso, sofás e até caixas de água.Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, cada brasileiro produz, em média, 379,2 kg de lixo por ano, o que corresponde a mais de 1 kg por dia. Se adotado esse parâmetro, Dourados produz mais de 200 toneladas por dia.

A expectativa dos ambientalistas e especialistas em destinação de resíduos é que o problema dos "lixões" seja amenizado com o cumprimento, na íntegra, do contrato assinado com uma empresa terceirizada. Todos estão de olho na cláusula quarta do contrato firmado e que trata dos serviços, que inclui a implantação da Usina de Triagem de Resíduos (UTR); a implantação de Usina de Resíduos de Construção Civil e Demolição (URCCD); serviços de limpeza de resíduos sólidos e entulho em córregos, nas margens das rodovias e áreas diversas; programa de educação ambiental e gerenciamento de eco pontos existentes na área urbana e nos distritos. Como não existem Ecopontos nos distritos, é de se supor que eles foram incluídos porque a Prefeitura pretende implantar esses pontos de coleta nessas localidades.

A implantação da coleta seletiva é outro desafio. Nesse processo a população precisa assumir responsabilidades, como bem ponderou o geólogo e ambientalista José Daniel de Freitas Filho em entrevista ao repórter. Em Dourados, apenas pouco mais de 50 dos 450 bairros são atendidos pela coleta seletiva. Separação correta, reciclagem, reutilização e não desperdício dos resíduos sólidos geram benefícios ao meio ambiente. "A população pode contribuir na sensibilização de que os resíduos sólidos recicláveis, limpos e separados, podem alimentar inúmeras famílias, pois geram emprego e renda. A sensibilização poderá ser alcançada com implementação de instrumentos econômicos que possam incentivar a população fazendo a troca de recicláveis por unidades de créditos com liquidez entre parceiros dos projetos", opina José Daniel. A necessária sensibilização da população, sem a qual a coleta seletiva não "anda", pode ser alcançada com implementação de campanhas massivas de conscientização ambiental que ressaltem a necessidade da reciclagem como uma forma de reduzir o acúmulo de rejeitos aproveitáveis que compõem grande quantidade de lixo gerada por todos os cidadãos.

Outra medida importante é a maior divulgação da localização dos Ecopontos. A cidade possui Ecopontos para recebimento de galhos nos bairros Parque das Nações I, Parque do Lago II e Cohab II. O Ecopontos de Resíduos Recicláveis é a Agecold, localizada nos fundos do Parque Arnulpho Fioravanti. O Ecoponto de Pneus fica na Rodovia 163 (chácara Trevo, próximo ao trevo da bandeira) e Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) ou Papa Pilhas em 100 locais espalhados pela cidade, como repartições públicas municipais, estaduais e federais e comércios de grande fluxo. Por fim, está em fase de implantação um PEV para Resíduos de Construção Civil.

Atualmente, parte do lixo recolhido pela empresa é encaminhado à Agecold, a Associação dos Agentes Ecológicos de Dourados, criada na gestão do ex-prefeito Laerte Tetila. A entidade, embora pública, hoje é gerida por terceiros. Os catadores preferem vender o que recolhem às inúmeras empresas de reciclagem surgidas após a "descoberta" desse quinhão que é o reaproveitamento a seguir as regras dos atuais gestores da Associação. A maior parte é encaminhada ao Aterro Sanitário. Com a implantação da Usina de Triagem de Resíduos (UTR) no Aterro Sanitário, há a intenção de que os catadores sejam levados até o local e sejam remunerados para atuar na separação dos resíduos.O que se espera é que a empresa contratada siga o exemplo de um empreendimento instalado na mesma região (na saída para o Porto Cambira) que tem a mesma finalidade – a destinação adequada do lixo- e um diferencial: só recebe lixo industrial. A empresa tem como clientes grandes empresas como a Coamo, a Petrobras, a JBS e outras. Ali, praticamente tudo é aproveitado: o lixo orgânico vai para compostagem e vira adubo, os materiais em madeira são serrados no formato de cavacos e abastecem os fornos de caldeiras e por aí adiante. O pouco que não se aproveita é enterrado em um espaço impermeabilizado, de forma a que o chorume não contamine o lençol freático.

A Prefeitura tem projeto para criação de mais 5 Ecopontos na cidade (urbanos), 1 em cada distrito e mais 1 em cada aldeia.


Por Rozembergue Marques

Fonte: Redação MS WEB RADIO/ Rozembergue Marques

Comunicar erro
MODELO
UCP TOPO
MASTERS
SICOOB