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A VIOLÊNCIA ALIMENTADA PELA IMPUNIDADE

A morte de uma jovem torcedora do Palmeiras foi mais um capítulo da violência entre as torcidas

Por Roberto Julianelli em 12/07/2023 às 14:47:02

Por Roberto Julianelli*


Mais um triste e revoltante episódio de violência envolvendo o futebol brasileiro. O que era para ser uma diversão, uma celebração do esporte mais popular do país, num confronto entre os dois times com o maior investimento do futebol brasileiro, se transformou numa grande tragédia; mais uma, infelizmente.

A morte da torcedora do Palmeiras Gabriella Anelli, de apenas 23 anos, após o confronto entre as torcidas do time paulista e do Flamengo, escancara mais uma vez a selvageria e a falta de segurança para o torcedor que quer apenas ir ao estádio para assistir um jogo de futebol.


Não dá para mensurar a dor da família, dos parentes e amigos diante de um fato brutal como este, e o desejo de justiça é imperativo e precisa ser efetivamente obtido, porque não dá mais para conviver com tanta violência. Já não basta a insegurança que o cidadão brasileiro enfrenta diariamente nas grandes cidades, com assaltos, assassinatos e violência de toda ordem?


Muito se falou em uma "tragédia anunciada", mas por que então as autoridades não conseguiram evitar o pior? A ocorrência não foi dentro do estádio, mas no entorno, antes mesmo de alguns torcedores entrarem para assistir a partida. Algumas alternativas já foram tentadas, mas infelizmente nenhuma, ao que parece, tem dado resultado. A violência continua e vai continuar até que sejam tomadas medidas mais eficazes, em que os responsáveis sejam verdadeira e exemplarmente punidos, se possível, banidos dos estádios e também do convívio com a sociedade. Pois se alguém é capaz de matar outra pessoa por um motivo tão fútil como esse - ela torce por outro time, diferente do meu - esse alguém é um perigo para a sociedade, e por isso não pode ficar livre de forma alguma.


Em relação a esse tema há muito que ser feito ainda, a começar pelo endurecimento das leis, além da prevenção, da educação do torcedor, e de um aparato policial ostensivo que garanta pelo menos uma sensação de segurança e que impeça, ou pelo menos iniba, qualquer tentativa desses criminosos travestidos de torcedores.

Uma lástima o que aconteceu. Nossos sentimentos e respeito à família da jovem Gabriella. Quantas outras pessoas e famílias ainda precisarão passar por essa dor terrível até que todos possam, civilizadamente, chegar a um estádio de futebol, assitir um jogo e retornar para sua casa sem medo de ser mais um alvo da criminalidade e da violência que rondam esses ambientes?

Esperamos que as autoridades façam o que for preciso para acabar, definitivamente, com esses episódios que são alimentados, principalmente, pela impunidade que existe em casos semelhantes em nosso país.

*Narrador esportivo, professor e diretor da Alternativa Esportes do Rio de Janeiro.

Fonte: Redação MS WEB RADIO e Mídia MS Digital

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