Nenhuma nação é verdadeiramente livre e democrática quando há violações aos direitos dos cidadãos

POR ANTONIO NERES*

A banalização da vida se tornou algo corriqueiro em quase todo o Brasil. As pessoas resolvem resolver suas diferenças na base da violência, numa demonstração inquestionável de não acreditar no estado brasileiro e em suas leis, ou seria a instituição da chamada lei da selva, ou salve-se quem puder? A selva, pelo menos em suas leis inexoráveis um animal mata o outro, que em geral faz parte de sua cadeia alimentar com o único objetivo de se alimentar ou de salvar a sua espécie, já que a falta de alimentação pode levar o predador a morte.

Já os seres humanos sempre foram intolerantes, sempre protagonizaram brigas, guerras e outros atos de violência pelos mais diferentes motivos: vinganças, crimes passionais, assaltos seguidos de mortes, os chamados latrocínios e as morttes em massa, nas guerras, que embora injustificáveis, geralmente demanda vaidades, não respeitar as divergências e até mesmo para se apropriar do território do outro.

Mas nos últimos anos a violência tem crescido de forma alarmante. O que está acontecendo com o ser humano? Religiosos das mais diferentes denominações afirmam que o distanciamento de Deus, tem levado as pessoas ao mais elevado grau de intolerância e daí a violência. O amor ao próximo é um dos mandamentos de Deus, o amor gera a compreensão sobre as fraquezas e fragilidades do ser humano e consequentemente o perdão.

Para alguns estudiosos, a pobreza é um fator que gera violência, pois eleva o nível de estresse que aumenta a intolerância gerando os conflitos, brigas e mortes. Um outro fator é o chamado acerto de contas entre quadrilhas, onde supostamente alguém que entende que seu território fora invadido por algum rival resolve eliminar o concorrente.

Para muitos, sobretudo pessoas idelogicamente identificadas com os aspectos programáticos alinhados com a esquerda, defendem o desarmamento da população para reduzir a violência, mas os de pensamento conservador discordam desta tese, por entender que o Estado que não dispõe de mecanismo para desarmar os bandidos e suas quadrilhas não pode desarmar as pessoas de bem, até porque o bandido é "fora da lei" e em hipótese alguma vai legalizar uma arma, preferindo adquiri-la na base do câmbio negro para cometer seus crimes, quanto as pessoas de bem, quando compram suas armas tem como objetivo se defender dos ataques dos criminosos ou até inibir as ações nefastas dos bandidos.

E você caro leitor, o que pensa do tema? A violência é culpa do estado? É a falta de investimentos no setor da segurança para combater por exemplo o tráfico de drogas? E a educação, será que mais investimentos no setor evitaria ou pelo menos diminuiria a violência no país?

Seja qual for a sua opinião, a verdade é que nós que pagamos os nossos tributos e temos o direito sagrado e constitucional de uma segurança de qualidade, capaz de garantir a manutenção de nossa integridade física e patrimonial e de educação e saúdes compatíveis com as nossas necessidades, somos lesados e despeitados naquilo de mais sagrado e, as vezes pagamos até com a vida, pela ausência de um estado mais efetivo no que diz respeito ao cumprimento de suas obrigações.

*RADIALISTA E JORNALISTA