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Tatiana Perebeinis morreu em bombardeio russo na cidade de Irpin — Foto: Reprodução/Linkedin/SE Ranking
O ucraniano Sergii Perebeinis fez um post em rede social com fotos mostrando sua mulher Tatiana Perebeinis e os filhos Alise e Nikita, mortos num bombardeio à cidade de Irpin. Ele não estava no local no momento da explosão.
O ataque foi filmado e gerou comoção. O vídeo registra um grande estrondo e logo em seguida, os corpos de quatro pessoas no chão (veja abaixo). São Tatiana e seus dois filhos, além de um homem que não faz parte da família e foi identificado apenas como Anatoly. Alise tinha 9 anos e Nikita, 18.
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Sergii postou sobre sua família:
"Levaram todos eles. Tania [apelido de Tatiana] não suportou. Por que isso para mim? Quem é o próximo? Estou no caminho. Devo vê-los uma última vez. Perdoem-me, eu não os protegi", escreveu.
O marido fez ainda um post contando que o cachorro da família, que havia sobrevivido inicialmente à explosão, foi levado a um veterinário e teve uma pata amputada, mas acabou morrendo. "Obrigado ao jornalista que mostrou humanidade", escreveu sobre uma foto que mostra um repórter carregando o cão ferido após o ataque.
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Cão da família Parebeinis chegou a ser resgatado, mas não sobreviveu — Foto: Sergii Perebeinis/Facebook/Reprodução
"Infelizmente o meu bom amigo voou para eles agora. 11 anos de emoções que você nos deu. Havia esperança de que pelo menos alguém ficasse. Mas vamos todos", escreveu sobre o cãozinho.
Andriy Dubchak, um jornalista que registrou o ataque, disse no Facebook que Sergii e Tatiana vinham da região de Donetsk e fugiram da guerra entre separatistas russos e forças ucranianas, iniciada em 2014, para viver na região de Kiev.
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Nikita Parebeinis morreu ao lado da irmã e da mãe em ataque russo — Foto: Sergii Perebeinis/Reprodução/Facebook
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Alise Perebeinis morreu com a mãe e o irmão em ataque — Foto: Reprodução/Facebook/Sergii Perebeinis
A empresa onde Tatiana trabalhava também publicou uma homenagem. Ela era contadora-chefe numa companhia de tecnologia chamada SE Ranking.
"Estamos devastados em dizer que ontem nossa querida colega e amiga Tatiana Perebeinis (...)foi morta junto com seus dois filhos por artilharia de morteiro russa", disse a empresa.
"A família estava tentando evacuar de Irpin – uma pequena cidade perto de Kiev que ficou sem abastecimento de água, eletricidade e aquecimento", detalha a nota.
"Para nós, é crucial não deixar Tania e suas filhas Alise e Nikita permanecerem apenas estatísticas. Sua família foi vítima do fogo não provocado contra civis, o que sob qualquer lei é um crime contra a humanidade. O exército russo é criminoso e deve ser detido", diz a empresa.
O cerco russo a Irpin
Bombardeios à cidade de Irpin, nos arredores da capital da Ucrânia, neste domingo (6), deixaram oito pessoas mortas, segundo o prefeito. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky prometeu vingança contra as tropas russas pelo episódio.
A cidade de Irpin está localizada no centro-norte da Ucrânia. Ela fica ao noroeste da capital Kiev, com a qual limite, e ao sul de Hostomel, onde há um aeroporto cujo controle é disputado desde o início da guerra.
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Irpin sofre forte ataque russo – cidade faz fronteira com Kiev, capital da Ucrânia — Foto: Arte g1
Irpin é um território importante para os dois países envolvidos porque sua tomada pelos russos pode significar um avanço para a conquista de Kiev pelas tropas de Vladimir Putin. Do outro lado, manter a cidade sob controle ucraniano reforça a barreira nos arredores da capital, onde estão localizadas sedes de importantes instituições do poder nacional da Ucrânia.
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Soldados ucranianos tentaram socorrer pessoas atingidas por ataque de morteiro no domingo (6) — Foto: Andriy Dubchak/AP
Nesta última semana, Irpin se tornou uma das linhas de frente do confronto entre tropas russas e ucranianas. Ataques aéreos causaram danos severos à infraestrutura local, com ao menos um prédio residencial sendo destruído quase que por completo.
Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), nesta segunda-feira (7), Irpin já completava três dias sem abastecimento de energia elétrica, água e aquecimento para ambientes internos – é inverno no hemisfério norte. Moradores relataram que soldados russos estariam se apropriando de residências e carros na região.
Funcionários locais falam em 30% da cidade sob controle dos russos. O restante ainda estaria sendo controlado por forças ucranianas.
Diante da situação, milhares de residentes estão deixando a localidade.
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Um morador de Irpin perto de casa pegando fogo após bombardeio pesado na única rota de fuga usada para deixar a cidade neste domingo (6) — Foto: Carlos Barria/Reuters
Com os russos já dentro do território, moradores de Irpin estão deixando a cidade em direção a Kiev, em uma tentativa de se afastar das tropas de Putin. Para isso, precisam cruzar uma ponte que passa sobre o rio Irpin.
Porém, para dificultar a vida dos russos e atrasar a chegada de blindados à capital por, forças de defesa ucraniana explodiram a ponte.
Tábuas de madeira foram colocadas entre os escombros para criar uma passagem, ainda que instável, para que os habitantes da cidade deixem o local. Para isso, também contam com a ajuda de soldados ucranianos.
Nos últimos dias, trens também estão realizando o trajeto de Irpin até Kiev, levando majoritariamente mulheres e crianças. Os demais, seguem o percurso a pé.
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Refugiados atravessam uma ponte destruída em Irpin, cidade próxima a Kiev, capital da Ucrânia — Foto: REUTERS/Carlos Barria
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, prometeu vingança contra as forças russas após a morte da família. "Encontraremos todos os bastardos", disse ele.
"Eles estavam apenas tentando sair da cidade. Escapar. Toda a família. Quantas dessas famílias morreram na Ucrânia? Não vamos perdoar. Nós não esqueceremos. Vamos punir todos os que cometeram atrocidades nesta guerra", disse Zelensky em um comunicado em vídeo.
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Homem ajuda senhora a se proteger após intenso tiroteio em rota de fuga usada por moradores locais em Irpin — Foto: Carlos Barria/Reuters
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Homem carrega mulher nas costas em caminho improvisado sobre os escombros na cidade de Irpin — Foto: Oleksandr Ratushniak/AP Photo