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Acusada pelo prefeito José Carlos Acevedo de encobrir os verdadeiros autores da chacina de quatro pessoas no dia 9 deste mês na fronteira, a polícia paraguaia já admite outra versão para o crime ocorrido em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã a cerca de 130 Km de Dourados.
Nesta segunda-feira (18), o comissário Hugo Díaz, chefe da Polícia Nacional em Amambay, disse que Derlis David Sanchez Ayala, 23, encontrado morto a tiros na noite de sábado na zona rural de Pedro Juan Caballero, foi um dos três pistoleiros que praticaram a chacina.
Ele seria o bandido que aparece em imagens de câmeras atirando em Osmar Vicente Álvarez Grance, 29, o "Bebeto", o verdadeiro alvo do ataque, que ainda fez como vítimas as estudantes de medicina Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, (filha do governador de Amambay Ronald Acevedo), a mato-grossense Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, e a douradense Kaline Reinoso de Oliveira, 22.
Derlis foi executado com tiros de pistola 9 milímetros na cabeça e ao lado do corpo, foi deixado bilhete com a frase "Matei 3 meninas inocentes, fique de exemplo".
O reconhecimento de Derlis Sanchez como um dos três pistoleiros que mataram Bebeto e as três mulheres indica mudança no rumo das investigações e inocenta os seis brasileiros presos na semana passada.
Apesar da Polícia Nacional ainda não admitir, fontes ouvidas pela reportagem revelam que o grupo, supostamente ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), não tem ligação com as mortes. Os seis devem ser expulsos do Paraguai e entregues à polícia brasileira.
O comissário Hugo Díaz informou hoje, que a polícia já tinha pedido a prisão de Derlis Sanchez, mas não houve tempo. Ele foi sequestrado e executado, possivelmente, pelo mesmo grupo que ordenou a morte de Bebeto.
As mesmas fontes revelam que os outros dois atiradores devem ter o mesmo fim nos próximos dias, pois cometeram o erro de matar as mulheres, entre elas, a filha de político influente na fronteira.
Derlis Sanchez seria um dos matadores a serviço de Marcio Sánchez Giménez, o "Aguacate" (abacate, em castelhano). Marcio era segurança do chefe do narcotráfico Jorge Rafaat Toumani, executado em Pedro Juan Caballero em 15 de junho de 2016. Após a morte de Rafaat, passou a trabalhar por conta própria.
Texto: Helio Freitas do Campo Grande News