Por Antonio Neres*
Há um gigante silencioso escondido nas entranhas da terra, um guardião discreto que raramente ganha os holofotes do mundo, mas que sustenta estruturas de ousadia e progresso. Chamam-no nióbio, um nome que soa como um eco distante de uma epopeia mitológica.
Ele não ostenta brilho chamativo como o ouro, nem carrega o peso simbólico das pedras preciosas. Ainda assim, seu valor transcende o material. Nas ligas de aço, ele é o herói invisível, conferindo força e resistência onde antes havia fraqueza. Nas asas dos aviões, ele voa alto, incansável. Na vastidão do cosmos, ele resiste ao calor ardente e às adversidades, permitindo que sondas explorem os confins do universo.
O Brasil, berço de mais de 90% das reservas mundiais desse mineral, guarda o nióbio com um orgulho quase paternal. É como se o solo brasileiro tivesse herdado a missão de proteger esse tesouro do futuro. E, no entanto, muitos passam a vida sem saber que, em algum lugar, sob seus pés, jaz esse elemento crucial para a modernidade.
Há algo de poético em um recurso tão poderoso se manter tão tímido. Talvez o nióbio nos ensine que o verdadeiro valor nem sempre precisa brilhar para ser essencial. Que por trás de grandes realizações, há sempre elementos discretos, mas insubstituíveis.
E assim, o nióbio continua sua jornada — invisível para os olhos, mas indispensável para o futuro.
*Radialista, Jornalista e filósofo
Fonte: Redação MS WEB RADIO e Mídia MS Digital